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Trânsito

PMA analisa exemplos europeus de mobilidade




17.09.10 15:30

Convidado para fazer parte de um projeto idealizado por Waldson Costa e Luciano Aranha, dois reconhecidos cicloativistas de Aracaju, o coordenador de Ciclomobilidade da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), Fabrício Lacerda, viajou à Europa para conhecer alguns projetos de mobilidade urbana. De volta à cidade há menos de uma semana, ele já pensa em algumas ações que podem ser implementadas na capital.

Em 24 dias de viagem, sem que fosse utilizado no percurso nenhum tipo de transporte motorizado individual, apenas bicicletas e transportes públicos coletivos, Fabrício teve a oportunidade de conhecer inúmeras iniciativas bem sucedidas em cidades europeias. Foram percorridos quatro países - França, Holanda, Bélgica e Alemanha - com características únicas no que se refere à mobilidade urbana.

"Na Europa, tudo o que é feito em termos de mobilidade urbana é muito bem pensado, planejado", afirma Fabrício, referindo-se, entre outras coisas, sobre a relação entre motoristas, pedestres e ciclistas, que é muito pacífica, se comparada ao que se vê em todo o Brasil. "Na Europa, faixa de pedestres é uma coisa sagrada. Todo mundo para e deixa o pedestre e o ciclista passarem, mesmo quando a preferência é dos carros", conta ele.

Outro ponto observado pelo coordenador é que nos países visitados tudo é planejado para dar acesso a pessoas com dificuldades de locomoção. "Todas as estações de trem são projetadas para esse público", diz. Ele chama atenção, ainda, para o fato de que se pode entrar com a bicicleta em qualquer lugar, nos trens, metrôs, ônibus. "É interessante também que esses países, especialmente a Alemanha, são dotados de rotas que levam ao país inteiro e todas elas são adaptadas para bicicletas", destaca Fabrício.

Ideias

A ideia principal da viagem era conhecer experiências bem sucedidas relacionadas à mobilidade urbana e montar um projeto com sugestões que poderão ser adaptadas às características da nossa cidade e adotadas pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA). Inicialmente, Fabrício pensa em três ações de baixo custo que podem ser adotadas aqui.

A primeira delas é investir na melhoria da sinalização das vias, com indicação da existência de ciclovias e bicicletários, por exemplo. "É preciso sinalizar para ser entendido e para que tudo fique mais fácil para a população, porque as pessoas procuram sempre comodidade", assinala o coordenador.

A segunda ideia é criar mais estruturas onde possam ser guardadas as bicicletas. "Necessitamos, além dos bicicletários, de paraciclos. O ideal é que existam paraciclos espalhados por toda a cidade e bicicletários no terminais de integração", defende Fabrício. A terceira sugestão é a implantação de vias exclusivas para ônibus. "Enquanto o transporte coletivo tiver que concorrer com os carros particulares, o conforto vai sempre vencer e as pessoas sempre vão preferir estes últimos", explica.

Bons exemplos

Na Europa, Fabrício teve a oportunidade de conhecer a experiência do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), um projeto que o prefeito Edvaldo Nogueira pretende desenvolver em Aracaju. "Sou muito a favor da ideia do metrô de superfície. Ele tem uma rota exclusiva e isso vai contribuir bastante a mudar a cultura de utilizar veículos motorizados individuais", afirma.

Ele defende que todas as iniciativas a serem implementadas em Aracaju têm um custo relativamente baixo. "É preciso pouco dinheiro para fazer essas mudanças acontecerem. Precisamos ter vontade de mudar", diz Fabrício. O coordenador acredita que se for adotada uma política igualitária no trânsito, as pessoas vão entender que é muito melhor utilizar transportes feitos para todos. "Esse é o momento ideal para mudar. Nosso futuro está muito próximo, mas ele não pode estar encarcerado nos moldes do passado", ressalta.

 

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