Foto: Marco Vieira
27.03.19 16:42
Seja em um meio de transporte ou a pé, é fundamental saber se locomover com segurança. É por isso que a Prefeitura Municipal de Aracaju, por meio da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Aracaju (SMTT), realiza um trabalho contínuo de educação para condutores de veículos, pedestres e ciclistas. Esse trabalho tem a missão de conscientizar os moradores da capital aracajuana sobre a conduta correta que deve ser adotada na sua locomoção pelas ruas e avenidas da cidade.
Segundo a supervisora da Coordenadoria de Educação para o Trânsito (CET), Heloísa Rezende, o papel da SMTT é reduzir acidentes e salvar vidas, além de ajudar as pessoas a entenderem que, de acordo com as leis de trânsito, "o maior cuida do menor". Isso porque, segundo a supervisora, existe uma hierarquia de vulnerabilidade, onde o pedestre é o mais vulnerável, seguido pelos ciclistas, motociclistas e, por fim, motoristas. "É preciso que haja um respeito à sinalização. Precisamos despertar nas pessoas que a falta de atenção e respeito no trânsito causa acidentes, que toda a sociedade tem responsabilidade no trânsito", diz.
Para reduzir o número de ocorrências de trânsito, a SMTT trabalha com base em três viés: engenharia de tráfego, que é a parte responsável pela estrutura; fiscalização, que cuida para que as regras estejam sendo cumpridas; e educação no trânsito, responsável por conscientizar os cidadãos a respeito de como se comportar nas ruas. Essa conscientização consiste em ações que são desenvolvidas em dois âmbitos: ruas e em órgãos públicos e privados, a fim de atingir o maior número possível de cidadãos.
Ações de rua
O trabalho realizado diariamente nas ações de rua, atualmente, consiste na utilização de um painel eletrônico, com a frase "Pé na faixa, pé no freio", alertando os condutores para a importância do respeito aos pedestres. Além disso, a equipe da SMTT também faz distribuição de panfletos, um modo rápido de conscientização, já que os panfletos são distribuídos no momento em que os sinais estão fechados. "As pessoas estão sempre muito apressadas e sem tempo para parar e escutar no momento em que estão no trânsito. Por isso, os panfletos são uma grande ferramenta neste trabalho", destaca Heloísa Rezende.
É importante destacar que os três panfletos utilizados nessa ação têm um público-alvo específico. Um deles contém um pequeno infográfico direcionado aos motociclistas, outro a pedestres e, por fim, um panfleto com informações para os condutores dos veículos.
Neste ano, o trabalho está focado nas avenidas Beira Mar, Tancredo Neves e José Carlos Silva (antiga Heráclito Rollemberg), devido ao grande número de acidentes nessas localidades. De acordo com a supervisora da Coordenadoria, é importante que as equipes se desloquem para os locais onde realizarão as ações em horários de pico, devido ao grande deslocamento de pessoas para seus trabalhos e afazeres. "Precisamos estar cedo nas ruas. Às 6h, já fazemos o deslocamento da equipe, transmitindo essas informações, ajudando os pedestres a atravessar na faixa e fazendo com que seja registrado na memória do condutor que ali tem uma faixa. Isso porque, se essa conduta se tornar um hábito, se torna parte da rotina do cidadão", explica Heloísa.
Ações nos órgãos
Nos órgãos públicos e privados, a SMTT desenvolve um trabalho que leva em consideração a faixa etária. Para os adultos, são feitas palestras com auxílio de slides e vídeos de acidentes reais que ocorreram na capital, principalmente com motociclistas, como destacou a supervisora da CET. "Os motociclistas são os que mais têm sido vítimas de acidentes no trânsito, por isso, buscamos dar ênfase aos vídeos dos acidentes para que as pessoas possam perceber a gravidade", explica Heloísa.
Para os jovens, no entanto, a abordagem é um pouco diferente. A conscientização dessa faixa etária é feita com a ajuda do grupo de teatro Cones, que faz o alerta por meio de paródias de músicas que estão fazendo sucesso atualmente. Já para as crianças, a abordagem fica por conta do boneco Tião, um fantoche que ajuda a equipe a dialogar sobre o assunto de forma mais atrativa para os pequenos.
Segundo Heloísa Rezende, novos locais para realização das ações estão sendo abordados. Agora, não só as escolas, mas também órgãos como o Tribunal de Justiça, as maternidades e hospitais receberão visitas das equipes. "Faremos palestras em grandes órgãos públicos, como Ministério Público, Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, porque esses órgãos públicos estão situados na Tancredo Neves e todas essas pessoas acessam a avenida para chegar em seus trabalhos, e é nesse momento em que os acidentes acontecem".
Resultados
Um comparativo feito pelo Núcleo de Estatística da SMTT, utilizando dados do Detran, SAAT/CPTRAN e IML, mostra que entre os anos de 2017 e 2018, houve uma redução no número de ocorrências de acidentes com vítimas fatais e também não fatais. Em 2017, o Núcleo registrou 54 acidentes onde pessoas perderam suas vidas, quantitativo que caiu para 45 no ano de 2018. Ou seja, houve uma redução de -16,67% nesse tipo de ocorrência. Os acidentes com vítimas não fatais tiveram uma redução de -7,39%, passando de 1.366 para 1.265.