06.07.11 20:24
O tempo do bloquinho de multa e caneta na mão acabou, pelo menos para os Agentes de Trânsito da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito de Aracaju (SMTT). Desde dezembro de 2010, o órgão conta com tecnologia de ponta para tornar o desempenho de suas atividades de fiscalização e autuação ainda mais eficiente. Para isso, são usados smartphones blackberry, ligados em rede, que permitem a troca de informações entre o pessoal responsável pela organização do trânsito de Aracaju.
Ao todo, 100 aparelhos estão a disposição dos Agentes de Trânsito. Por meio de um acordo com a operadora Oi, cada blackberry custou R$ 1,00 aos cofres públicos. A opção da SMTT por este dispositivo móvel se deu pela confiabilidade e compatibilidade entre os serviços a serem executados pelo órgão.
De acordo com o coordenador de processamento de dados da SMTT, Júlio César Carvalho, os aparelhos não servem apenas como talões eletrônicos para registro de infrações, eles são usados para a fiscalização em geral. "Graças a essa tecnologia, os Agentes podem fiscalizar taxis, transportes escolares e a própria sinalização. Por exemplo: se uma placa está danificada, ele fotografa e encaminha uma solicitação online de manutenção”, explica Júlio César, completando que esta é encaminhada de modo automático para o sistema. “Temos acesso a todos os dados da demanda, como localização precisa, data e horário em que a imagem foi registrada e o nome do Agente responsável. O blackberry é mais que um talão eletrônico, eu prefiro chamar de Solução Eletrônica de Gerenciamento de Trânsito", explica o coordenador de processamento de dados da SMTT.
Segundo Júlio César, antes da informatização, o controle do talonário de infrações era muito complexo. "Havia um certo fluxo de falhas no que diz respeito ao controle cadastral. As descrições feitas no talão, às vezes não batiam com o veículo, logo não tínhamos como fazer a autuação, entre outras falhas que identificamos. Para se ter uma idéia, no máximo 60% era aproveitado, hoje o erro não chega a 0,001 %", informa.
Pioneirismo
Considerada a cidade da qualidade de vida, Aracaju é a capital do menor Estado da Federação que inova ao trazer tal tecnologia para o trânsito, superando até metrópoles como São Paulo.
Em 2005, o então prefeito da capital paulista, José Serra, licenciou um serviço semelhante para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo. No entanto, a informação é que esta informatização do trabalho dos Agentes ainda não saiu do papel - literalmente. Até hoje os agentes saem com bloquinho de papel e caneta para trabalhar nas ruas e registram, à mão, cerca de 6,9 milhões de infrações cometidas anualmente em São Paulo.
Agilidade e segurança
Em parceria com a Secretaria Municipal de Administração (Semad), a coordenação de Processamento de Dados da SMTT desenvolveu um computador virtual no qual estão armazenadas todas as informações passadas pelos Agentes de Trânsito. Os blackberrys ainda são equipados com GPS, para que haja a localização exata do servidor que atua diariamente no trânsito de Aracaju. No momento em que ele registra uma infração, há o incremento fotográfico e audiovisual, isto é, mais uma ferramenta para justificar a atividade realizada e os motivos da autuação do Agente no local.
Como parte do acordo feito com a operadora Oi, os dispositivos móveis são trocados anualmente, mas caso apresente algum tipo de danificação antes do previsto, há substituição. A SMTT pretende estender a informatização também para a 'Zona Azul'.
Facilidade
Para o Agente de Trânsito, Edgar Oliveira, a informatização contribui para dinamizar o processo. "Antes, as autuações demorava entre 15 e 30 dias para chegar na casa do infrator. Hoje, em no máximo 10 dias, ele recebe esta notificação. Através dos aparelhos blackberrys nós conseguimos visualizar todas as infrações e trocamos muitas informações com outros Agentes. A possibilidade de podermos fotografar e filmar todos os atos é muito positiva, já que nos dá maior respaldo", destaca.
O diretor de Trânsito da capital, major Paulo Paiva, acredita que o talão eletrônico é um avanço da prestação do serviço público desempenhado pelo órgão. "O talão possibilita que a infração seja digitalizada no momento em que ela é cometida. Com isso, diminui a morosidade do processo. Antes, o Agente autuava um infrator na rua, que era encaminhada ao seu supervisor, para em seguida chegar ao setor responsável, onde era digitalizada e só então entrava no sistema. Hoje, o processo é automático”, pontua major Paiva.